domingo, 25 de novembro de 2012

É chato quando alguém faz você se sentir especial, e de repente te deixa de lado. E aí você tem que agir como se não se importasse". _Caio Fernando de Abreu_

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Eu lembrei de você hoje. Depois de tanto tempo, os meus pensamentos evocaram o seu jeito de fazer piadas, as coisas todas que você tinha tanto prazer em me ensinar, a sua impaciência de às vezes, tanta coisa. Tanta coisa. Foi pouco tempo, mas hoje eu disse que é difícil se desvincular de pessoas depois de muito tempo com elas, porque elas ficam marcadas em todas as coisas, em todos os sons, em tudo. Alguém então me respondeu que o tempo nessas horas não faz tanta diferença, porque às vezes ficar pouquíssimo tempo com uma pessoa pode ser tão difícil quanto um tempão. Seis meses. Eu acho que foram seis meses. Eu nunca mais me esqueci das coisas que você me ensinou. Mas sabe, a única coisa que eu me perguntei hoje foi se você, neste momento, estaria cuidando de mim, enxugando as minhas lágrimas, me dando um abraço, daqueles que você não gostava de dar. Porque eu estou tão sozinha. Tão sozinha, sabe? Igual a você, na última vez que eu te vi.

dedicado a Sandro Picolli
Sinto que tenho coragem de sobra, mas não sei o que fazer com ela.
.. A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.
Se alguém vier com este papo, corra, afinal, você não é terapeuta.
Se não quer se envolver, namore uma planta.
É mais previsível.
 Na vida e no amor, não temos garantias.
 E nem todo sexo bom é para namorar.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar.
 Nem todo beijo é para romancear.
Nem todo sexo bom é para descartar.
Ou se apaixonar.
Ou se culpar.
 Enfim...quem disse é fácil?
 Nem difícil!!

sábado, 17 de novembro de 2012

Gangorra


do outro lado,sempre alguém mais leve.olhando de cima,
com as mãos na barra.sorriso no rosto.e você do lado oposto.
afundado.sapatos sujos de terra.joelhos arranhados no chão.embaixo.
sempre descido na outra extremidade do brinquedo.querendo saber 
o que carrega de tão pesado assim por dentro.

Eduardo Baszczyn,

Eu sei como é se segurar e deixar para chorar só quando ligar o chuveiro, assim ninguém percebe. 
Eu sei como é refletir sobre a vida antes de dormir e se certificar de que ninguém está ouvindo para começar a soluçar.
 Eu sei como é sofrer tão dolorosamente que as vezes você precisa fingir que vai ao banheiro, ou beber água, apenas para lavar o rosto e se recompor.
 Eu sei como é ter os olhos úmidos e aquele medo de que não seja forte o suficiente para segurar as lágrimas quando está em público.
 Eu sei como é sentir aquele nó enorme na garganta, que te sufoca, até que você cede e chora.
 Eu sei como é sentar na cama, pegar o travesseiro e chorar tanto, mas tanto, que se surpreende com o rio que terá que esconder da sua família. 
Acredite, eu sei como é tudo isso 

Já contei aqui sobre as pessoas que estouram de raiva do nada. Porque nunca é do nada. Não é que a pessoa entrou no bobs e ficou louca do cu porque o sanduíche veio errado. Não é por isso. Há que se considerar tudo o que a pessoa aturou até aquele dia. A gota d'água que tem a irrelevância de uma gota d'água, porém, o resultado ao cair no copo cheio é catastrófico. Então, hoje, nem é raiva que eu s
into. É angústia, desespero, choro compulsivo. É andar na rua e pensar "opa, falta uma quadra pra eu chegar em casa, tomara que eu consiga segurar as lágrimas até lá". Daí nego pergunta o que aconteceu dessa vez e a minha resposta é mimimi. "Mas nossa, só isso?", perguntaria um Zé Buceta. Sabe. Não é só isso. Não sou uma pessoa forte, eu finjo que sou. As pessoas acreditam. As pessoas acham que eu estou aqui de boa. "Ela aguentou, eu não aguentaria". Eu não aguento. EU NÃO AGUENTO. Mas é o que temos para hoje. Lembro de quando eu tinha nove anos e vi a infância dando tchau, minha preocupação ao deitar a cabeça no travesseiro foi "que desculpa vou dar pros meu colegas na escola por usar calça e casaco nesse calor?". Dilacerada por dentro e por fora. Minha preocupação ao dormir era o calor no dia seguinte. Hoje, minha preocupação é tomara que eu consiga ir embora dessa pocilga logo. E vem nego dizer que quem aguentou tanto, aguenta mais. Como se eu realmente aguentasse. Uma gota d'água em uma copo cheio. São nesses dias como hoje que vem tudo de uma vez. A vontade de sentar na calçada e chorar. E é por tanta coisa. Eu choro coisas que aconteceram há 20 anos. Eu choro o que aconteceu hoje. Tudo junto. Cada lágrima representa um sofrimento. E são muitos. Estava sentada, fui levantar e escorreguei. Pensei que era água da chuva, eram a minhas lágrimas no chão. Todo mundo sofre, pensa o Zé Buceta. Eu penso, parabéns se você aguenta, eu ainda não aprendi. Quem sabe um dia. Só aprendi a tomar remédio para dormir. Dormindo a gente não sofre.

(teamoporra.blogspot)
Posso aqui tecer todos os defeitos dos meus amigos, posso tecer as qualidades também. Não só com amigos, com mãe, com colegas, enfim. Eu consigo ler. E consigo me ler também. Não gosto do que vejo. O rancor, a mágoa, o ódio. Estragam qualquer possibilidade de. E eu sei que quem me conhece mesmo, faz um esforço sobre-humano para lidar com isso. Eu lembro de tudo, cada pisada no pé, cada negativa. C
horo coisas que aconteceram quando eu tinha 5 anos. O balão. E vai acumulando até chegar aqui. 25 anos de rancor. Claro que ninguém gosta, dificilmente entendem, pensam que não percebo, mas percebo quando eles fogem. É o caminho mais fácil, ninguém quer conviver com gente assim. Não condeno, aceito calada, mas fico triste, porque eu me esforço para lidar com os demônios dos outros, apenas gostaria que tentassem lidar com os meus. Em certas ocasiões a pessoa vai embora no meu primeiro não. É um muro muito alto. A pessoa vai embora vendo que talvez não valha a pena. Sei que os meus demônios são mais fortes, sei que a minha raiva é mais pesada, só que chegou em um nível que não está mais no meu controle. Tenho duas opções, fingir ser outra pessoa ou ser isso aqui. Jamais optaria pela primeira. Há os que fogem e há aqueles que se esforçam para ficar. Tem tanto tempo que ninguém se esforça pra ficar. 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Começou de súbito. Você se encantou pela minha saia. E então, eu também. Na verdade, eu não tava nem aí pra minha saia, mas me encantei por ela refletida no seu olhar. E depois me encantei por tudo o que se refletia no seu olhar, inclusive por mim mesma. 

domingo, 11 de novembro de 2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Aquela coisa de que aqui se faz aqui se paga

Uma vez, ainda criança, tive um sonho.

Que eu tinha feito uma merda absurda e daí deus me disse "você tem como voltar atrás e consertar, mas pagará o preço x e não se lembrará de nada".

E aí eu acordei, e por mais absurdo que fosse, acreditei naquilo. Que essa merda da qual eu não me lembrava, tinha mesmo acontecido e eu tive a chance de voltar. E todo mundo tinha a chance de voltar. Só uma vez na vida. E todo mundo sabia das consequências.

Funcionava mais ou menos assim. Você tinha uma única chance na vida de consertar um erro e isso lhe custaria um preço alto. É uma escolha difícil.

Eu pensava, ainda criança, que o preço pago ali fosse a relação com o meu pai.

Pensei em tudo que justificasse as coisas ser como eram. Pensei em infinitas possibilidades.

- Matei inocentes.
- Fiz sofrer quem não merecia
- Expus pessoa correta ao ridículo em praça pública

etc.

E não consegui chegar nesse senso comum. Não consegui chegar nessa merda que eu tenha feito para justificar aquela realidade. Porque eu jamais trocaria todos os erros pensados com aquela realidade. Fico com a sensação de que aconteceu mesmo essa escolha, mas nossa, o que poderia ser?

Quer dizer, algo eu fiz. Mas que erro grotesco foi esse para pagar o preço que paguei?

Em algum momento fiz uma escolha e não consigo me lembrar.

Pensava nisso aos 10 anos e hoje ainda penso assim.