domingo, 24 de julho de 2011

adivinha?


Ei você que está lendo esse texto apenas pra saber sobre o que eu ando pensando. Por que você não cria coragem e vem logo me ver? Chega de tentar adivinhar o que eu sinto. Meus textos ficam mais bonitos quando você está por perto.
Estou cansada de revirar nossa história em busca de momentos felizes. Olhar no espelho e me sentir a pessoa mais idiota do mundo não é algo que eu goste de fazer. Mas eu tenho feito tantas vezes. Me explica,  como é que uma escritora vai se sustentar com um coração vazio? Meus textos estão ficando monotonos, assim como os dias sem você.
Acordei assustada noite passada. Tive aquele mesmo pesadelo de sempre. Você me conhece, não tive coragem de sair da cama, muito menos de ir acender a luz. Fiquei ali, de olhos fechados sentindo o tempo passar. Esperando o sono voltar. Você chegar. Pra dizer que nada daquilo era verdade e deitar ao meu lado, de conchinha, sussurando coisas engraçadas no meu ouvido.
Quando a gente se fala pelo telefone você leva tudo na brincadeira. Ei, eu to falando sério. Você é o único que me conhece tanto, e sabe dos meus maiores medos. Aqueles mais secretos e obscuros. Que é dono dos meus pensamentos e lembranças, do cheiro da pelúcia que eu abraço todos os dias antes de dormir. É você.
Implique comigo. Diga que eu to errada só pra me contrariar. Ligue quando eu to no banho. Diga que me prefere sem maquiagem. Ocupe minhas noites vazias no computador. Reclame do meu mau humor. Dê flores de presente.
Faça tudo que eu nunca deixei você fazer. Volta logo, mas volta pra mim.
Adivinha? Eu ainda sou sua.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Talvez ser triste atraia muito mais olhares - como foi atraído o meu - do que simplesmente optar pelo não ligar, pelo nada fazer, pelo mandar se foder, literalmente. Eu nunca fui uma pessoa do, literalmente, foda-se. Sempre muito preocupada com todas as coisas que viriam de todas as coisas, sempre querendo entender os porquês de todos os tudos. Sempre no plural, nunca compacta. Mas os anos passaram por mim nada sóbrios e não foram macios os dias no meu rosto (…) Só que aí eu acabei mudando. E foi mudança aos poucos, porque até hoje me dou conta de coisas minhas que já não estão mais lá e, quem roubou, eu jamais vou saber. O sorriso mudou e a vontade de sorrir pra qualquer pessoa também, graças a Deus. Foi por sorrir tanto de graça que eu paguei tão caro por todas as coisas que me aconteceram. Às vezes me pego olhando ao meu redor e vendo tanta menina parecida comigo. Tanto sentimento gritando de bocas caladas e escorrendo de peles secas. Tanta coisa acontece com a gente. Tanta gente passa pela gente, mas tão pouca gente realmente fica. E eu sei que, talvez, eu tivesse que ficar triste. Talvez eu tivesse que continuar secando lágrimas, abraçando o vento e rindo no vácuo, mas o fato é que eu não consigo. Eu não consigo mais ser triste só para mostrar que um dia eu fui - ou achei que tivesse sido - feliz. Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não torna mais poético, chorar não deixa mais aliviado e implorar não traz ninguém de volta. Aprendi também que por mais que você queria muito alguém, ninguém vale tanto a pena a ponto de você deixar de se querer. Eu que gritei para tantas pessoas ficarem, hoje só quero mesmo é que elas sumam de uma vez por todas. E em silêncio, que é pra ninguém ter porque se lamentar.”


Pega no meu queixo e diz que não sou só eu que sinto medo aqui.
Faça alguma coisa ruim, qualquer coisa que me impeça imediatamente de sentir esse amor absurdo por você.
Estou nas suas mãos e isso não é uma metáfora.
Porque eu já não sei mais nada.
Parece que sou mesmo seu foco de vida, mas também pode ser que você ande apenas distraído do resto do mundo.
Ou, vai que você tá mesmo certo, as coisas são assim mesmo, o amor invade pela boca enquanto a gente se olha e fica rindo.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Se um dia

Quais músicas farão você lembrar de mim
quais ruas, lojas, pessoas, livros?
Quais frases minhas, quais gestos que eu fazia,
qual cheiro que eu exalava, qual risada que explodia de mim
qual qualquer coisa fará você ter vontade de chorar?
O que vai fazer você pensar em mim, talvez com tanta saudade,
se um dia eu for embora daqui?
Eu não gostei, mas o que é que eu posso fazer? Talvez com um somatório maior de desgostos eu até possa fazer alguma coisa. Por enquanto eu aceito, eu observo, eu fico. Conformada, sem ré, freios ou qualquer coisa que me faça parar.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Não me deixa ir embora, isso é quase uma súplica. Cuida do pouco que restou de nós pra ver se ainda vai restar alguma coisa.”
Tati Bernardi.

segunda-feira, 4 de julho de 2011



“Eu te amo” não diz nada, entende? 


Não escreva o que sentiria se acordasse comigo.
 Acorde comigo. 
Não imagine meu cheiro.
 Me cheire. 
Não fantasie meus gemidos. 
Me faça gemer.
 O amor só existe enquanto amar. 

Ação. Calor. Verbo.Presença. Milímetros. Hálito.

Dois amigos, duas sacolas plásticas . . .


Dois amigos, duas sacolas plásticas aos poucos se enroscando num redemoinho urbano, no meio de grupos de dez, vinte indivíduos. Começa com brincadeirinhas, com pequenos encontros distraídos, lado a lado em cada ponta do ambiente, repartindo cadeiras, bombons, beliscos, cutucões. Braços se roçam, abraços batem recorde de permanência, sorrisos descerram sorrisos, pensamentos que aterrizam sem razão. Iscas para uma armadilha, presas fáceis do afeto.

Confusa é pouco :S
Sua exigência solitária é poder, um dia, atravessar a rua sorrindo, abraçar forte e poder dizer que, putz, foi gostoso aquele nosso tempo. Aquele, quando depois de uma tempestade transatlântica, uma ilha encostou em outra ilha, mudou radicalmente o desenho da geografia e, juntos - pelo menos por um bom tempo - formaram um arquipélago desses azul, bem bonito.