Fiquei parada, esperando ele falar alguma coisa. Nada. Por um tempão. Ele ficou sentado do meu lado, olhando para os próprios pés. Eu ainda o achava lindo, eu ainda gostava do abraço dele, mas eu não achava mais graça. A minha vontade era de não ter que dizer nada, de sair correndo. Quantos minutos de agonia. Minhas unhas já quase não existiam. Ele então pegou na minha mão. Eu sei, você deve estar agonizando para me dizer alguma coisa, ele disse. Olhou para mim, e enfim eu falei: você seria o homem da minha vida, se eu fosse a mulher da sua. Você me faria muito feliz, se eu pudesse te fazer feliz também. Não precisa dizer nada. Eu vou embora. Peguei a chave do carro, atravessei aquela casa pela ultima vez e fui embora. Eu acho que ele chorava, mas eu não sei, eu não virei para trás.